quarta-feira, 17 de março de 2010

Chávez acusa EUA de cinismo por críticas aos Direitos Humanos na Venezuela


CARACAS — O presidente venezuelano, Hugo Chávez, criticou neste domingo o "cinismo" dos Estados Unidos, que se apresentam "como o modelo a seguir" no campo dos direitos humanos, em alusão a um recente relatório do Departamento de Estado americano, que critica a Venezuela na questão.

Chávez disse que há "uma campanha mundial" contra o seu governo, que "faz com que temam a nós, a Cuba e sua revolução socialista".

"E eles se apresentam como o modelo a seguir, como os Estados Unidos, que nos acusam de violar os direitos humanos. Que cinismo. Lançaram até bombas atômicas e nunca pediram perdão. Invadiram todos os povos que quiseram, mataram milhões, mataram presidentes", disparou.

O presidente venezuelano qualificou de "muito boa" a resposta do colega equatoriano, Rafael Correa que, ao criticar o documento do Departamento de Estado, disse que fará um relatório sobre "como nos Estados Unidos não se respeitam os direitos humanos".

Na quinta-feira passada, o Departamento de Estado americano publicou um relatório sobre a situação dos direitos humanos no mundo, apontando, entre outras coisas, que na Venezuela houve um aumento do assédio à mídia e à oposição.

Na Venezuela, "a politização do sistema judicial e o assédio e intimidação oficial à oposição política e à mídia se intensificou durante o ano", destacou o relatório.

Por outro lado, um informe da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), lançado no fim de fevereiro sobre a Venezuela, destacou que o Estado de Direito se debilitou pela falta de separação entre os poderes, ao mesmo tempo em que alertou sobre as "sérias restrições" aos direitos humanos.

Neste domingo, a presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, Luisa Estela Morales, assegurou que a justiça venezuelana é "clara e independente" e "está comprometida fortemente com a Constituição e não com o governo nacional".

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